Boletim Tôblock #6 - Suavemente comentado o tragicômico contágio social de identidades LGBT
Neste Boletim Tôblock atrasado, mas quatro vezes mais rico em conteúdo, respondemos a uma polêmica criada no YouTube iniciada por um texto do Eli.
Centenas de milhares de pessoas assistiram este mês a dois vídeos de uma YouTuber respondendo ao Eli, por ter escrito um texto, e ao Wagner Thomazoni, por ter feito um vídeo baseado no texto e nas estatísticas da Gallup indicando que quase 21% dos jovens da geração Z se consideram LGBT hoje. O texto que iniciou a polêmica: Número de LGBTs está explodindo entre mais jovens. Menos “armário” ou contágio social?. Wagner Thomazoni já fez uma tréplica. Esta é a nossa.
Nota do Eli:
No início de maio de 2022, o famoso psicólogo Steven Pinker, autor da grande obra Tábula Rasa, tornou pública a sua recusa a doar para a AAAS, associação dona da revista Science, porque está insatisfeito com a politização da ciência em instituições como essas. Pinker cita especificamente o problema de a Science ter adotado como política editorial a “lacração” (wokeness). Pinker não é nenhuma pessoa que possa ser dispensada como “conservador” ou “direitista” (não que haja problema automático em ser dessas orientações políticas) e literalmente dançou de alegria quando Donald Trump perdeu as eleições. Como alguém que critica o identitarismo desde no mínimo 2015 ou até antes, pouco depois do meu vídeo de resposta a Silas Malafaia (que ainda representa minha opinião) em 2013, senti-me vingado com a atitude de Pinker. Não mais dirão que o identitarismo é só um problema de nicho, ou um problema que eu estou exagerando, não se tiverem honestidade intelectual e estiverem bem informados. O episódio de hoje do Boletim Tôblock com companhia ilustre da minha amiga Ágata Cahill é mais um capítulo da crítica a este problema, agora que ele está afetando a saúde mental de milhares de jovens. Não tenho rancor pessoal contra Yasmin do canal criticado, embora eu critique seus métodos e sua cegueira diante desses problemas, tanto o específico do contágio social de falsas identidades LGBT quanto o mais amplo, do identitarismo. Espero que Ágata e eu tenhamos feito um trabalho digno do apoio dos nossos patrocinadores.
Eli Vieira
Vídeo original do Wagner com base no texto do Eli: indisponível, censurado no YouTube.
Resposta da Suavemente (à qual reagimos no Boletim Tôblock):
Segundo vídeo da Suavemente:
Tréplica do Wagner (Tragicômico):
Nota da Ágata:
Um dia após gravarmos este vídeo, Yasmin (Suavemente Comentado) publicou uma resposta a uma live do Wagner (Tragicômico) na qual ele reage inicialmente ao vídeo original dela, logo quando lançado, e da qual o Eli também participou. Já no dia 07 de maio, Wagner publicou uma resposta aos dois vídeos da Yasmin.
Como gravamos quase 5 horas de conteúdo e não vimos sentido em refazer tudo do zero, decidimos mantê-lo como estava, mas adicionando alguns avisos quando estivermos tocando num ponto que o Wagner tenha comentado, ou que a Yasmin já tenha tentado se esclarecer; por exemplo, quando ela se desculpa por erros sérios cometidos em relação à psicóloga Erica Anderson. Se esquecermos de algo, lembramos que os links estão disponíveis na descrição. É digno de nota que o segundo vídeo da Yasmin tratou, logicamente, de falas específicas proferidas durante a live pelo Wagner e pelo Eli, de modo que muito do compartilhado neste atual vídeo, que contém considerações novas e reformuladas, permanece de pé.
Falando agora num tom mais pessoal, julgo importante frisar que, embora situações como essa "treta" possam ser desgastantes (e portanto estressantes) para as partes envolvidas, meu interesse em convidar o Eli para um vídeo tão longo não foi o de entrar no fogo cruzado gratuitamente, mas de ter chance de compartilhar meu ponto de vista sobre aquilo que entendo ser, sim, uma "explosão" de identificação LGBT, no mínimo no meio "trans", e que já nos era perceptível desde muito antes de qualquer pesquisa, livro ou estudo aqui mencionado.
Espero que possam apreciar nosso trabalho, e também compreender por que tratar abertamente desse assunto nos é tão caro — talvez ainda mais para mim, enquanto pessoa transexual com posição crítica tanto às falácias compartilhadas contra a população transexual, quanto às narrativas mais excêntricas, cegas, e por vezes objetivamente equivocadas dos grupos de ativismo.
Após assistir à segunda resposta da Yasmin, o Eli informou que "como mesmo depois de dois vídeos ela insiste em ignorar partes importantes das minhas referências, como a pesquisa com pletismografia e os relatos da Erica Anderson, xingando-a de 'conservadora' sem base real", está desinteressado em entregar uma quadrúplica. Visto meu excedente de responsabilidades na produção do nosso podcast e títulos do selo editorial, caso ele mude de ideia, provavelmente terá que investir nessa empreitada específica sozinho. Não excluo a possibilidade, contudo, de futuramente produzir mais conteúdo sobre transexualidade, de preferência em outras circunstâncias e com mais calma. Ainda estarei disponível e presente todas as semanas no Tôblock para aqueles que apreciarem minha voz e companhia.
Abraços a todos (inclusive quem discorda de nós),
Ágata
Referências, textos e vídeos usados ou mencionados: https://bit.ly/3FtJL7O
Só o brilhantismo das notas escritas já têm tanta contundência que chega a parecer desnecessário assistir ao vídeo (o que também me afagou com a grata lembrança de por que me tornei patrono). Mas assisti inteiro, em duas sessões. Faria um reparo à dispensada rápida que o Eli dá a Wilhelm Reich, muito mal citado e representado pelo convidado da Yasmin (e cuja obra, embora seja em boa parte uma grande viagem mesmo, também contém um construto teórico bastante valioso sobre a relação entre tensões musculares e contenções emocionais). Mas como isso não vem tanto ao caso, e nem se refere o mérito, foco no elogio: se o tom de ranheta superioridade e o embaralhamento de ideias da muriçoca já a tornavam pouco digna de qualquer credibilidade, diante desta contra-argumentação tão bem fundamentada, consistente, emocionalmente equilibada - e mesmo generosa - a irritante retórica dela virou pó.