Camille Paglia responde à Revista Época sobre peça difamatória contra Jordan Peterson
De Paglia, declaração à Época (23/03/2018):
Sobre as suas perguntas específicas: eu penso que é completamente absurdo chamar Jordan Peterson de "conservador" ou "direitista". Esse disparate é pura propaganda usada como uma arma por ideólogos inescrupulosos para tentar destruir pensadores independentes ou dissidentes que não seguem a "linha partidária".
Peterson é um analista CULTURAL profundamente erudito. Reduzir o trabalho dele a fórmulas políticas simplistas mostra exatamente o que há de errado com o pensamento no mundo ocidental hoje.
[Sobre] o artigo da New York Review of Books que você menciona: eu o vi ontem -- é um peça confusa de lixo perverso. Eu costumava amar a New York Review of Books: fui assinante durante o seu ponto alto nos anos 1970 e 1980. Entretanto, desde os anos 1990, nunca a olho e nem mesmo a vejo em qualquer lugar. Ela é raramente mencionada na mídia americana. Tornou-se a voz vazia da elite literária burguesa.
Por exemplo, a New York Review of Books publicou uma resenha negativa do meu primeiro livro, Sexual Personae, em 1990, e desde então nunca mais resenhou NENHUM dos meus livros. Essa publicação ignorou completamente a mim e a meu trabalho nos últimos 28 anos, porque as minhas ideias estão bem além do escopo limitado de seus editores pretensiosos de Manhattan. Desse modo, não é surpresa que a New York Review of Books não consegue entender coisa alguma sobre Jordan Peterson.
Peterson definitivamente não é antigay nem antitransgênero. (Descrevo-me como transgênero -- é uma fonte primária do meu próprio pensamento sobre gênero.) Peterson se opõe à regulação governamental da nossa EXPRESSÃO sobre gênero -- e eu concordo totalmente com ele. Ninguém tem o direito de nos compelir a usar linguagem politicamente correta por razão alguma -- e especialmente não para proteger os "sentimentos" das pessoas. Meus princípios fundamentais são o livre pensamento e a livre expressão. É totalitário exigir o controle da expressão por objetivos políticos.
É claro que os pós-modernos atacam Peterson, porque ele ousa falar da NATUREZA -- como eu faço no meu próprio trabalho. Os brasileiros deveriam respeitar Peterson por isso -- porque a natureza é um dos princípios supremos da cultura brasileira! A recusa a reconhecer o poder da natureza se tornou uma doença mental entre os intelectuais e os acadêmicos de hoje. A biologia existe -- ela não pode ser apagada por fanáticos politicamente corretos. Nossa obrigação é buscar a verdade sobre o sexo e o gênero, não importa a direção para onde nossa busca nos leva.
O texto acima, retirado de um tweet de Jordan Peterson, parece ser o vazamento de uma interação que Camille Paglia teve com a redação da Revista Época, que publicou uma peça difamatória a respeito do psicólogo.
Tradução: Eli Vieira