4 Comentários
fev 7, 2022Curtido por Eli Vieira

Achei muito boa a discussão. Faltou enfatizar mais o risco para a saúde que o veganismo apresenta e a incoerência de usar suplementos, que entra em contradição com o naturalismo fake deles, pois é baseado numa natureza idealizada e não na real.

Outro ponto interessante é a questão da medicalização da alimentação que a Rita Lobo vem trazendo de uma maneira interessante. Os nutricionistas, com sua abordagem analítica da alimentação, geraram uma preocupação excessiva com os componentes nutricionais dos alimentos ao invés de se preocupar com a qualidade dos produtos que se come. Mas o que a Rita Lobo vem trazendo é a importância da alimentação com "comida de verdade", ou seja, alimentos de fontes naturais ou pouco processados, no lugar dos multiprocessados. A argumentação é que o ponto em comum entre as sociedades que vivem mais, quando excluídas questões de nível de desenvolvimento, é a adoção de uma dieta tradicional, baseada em produtos naturais ou pouco processados. Aí tem um tema interessante que é a ausência de culturas com tabus veganos. Há culturas que incentivam o vegentarianismo, mas veganismo eu não conheço. Hindus, por exemplo, tomam muito leite a ponto de a vaca ser sagrada por isso.

A esta argumentação se junta a base da falácia sobre a superioridade do vegetarianismo e do veganismo para a saúde, que foi fruto de pesquisas cuja validade foi derrubada e que foram fortemente apoiadas pela indústria alimentícia. Este é outro ponto interessante, pois ela está ligada ao consumo excessivo de carboidratos no mundo moderno, em especial nos EUA. Havia pouca consideração sobre questões metabólicas e uma ênfase no conteúdo químico dos alimentos e não na nossa capacidade de absorvê-los (a melhor fonte de ferro é a carne vermelha, pois é a q o organismo tem mais facilidade de absorver, suplementos são menos eficientes).

Por fim, acho q falta mencionar que o vegetarianismo ético depende de uma antropomorfização dos animais e não propõe uma solução para os animais que criamos para nossa alimentação e outros fins. Seja qual for a sua posição sobre o sofrimento deles, o que mantém a população de galinhas, porcos, vacas e ovelhas enorme é a nossa disposição de criá-los em cativeiro para este fim. Nós os protegemos de outros predadores, designamos alimentos mais que suficientes para sua subsitência e garantimos que eles formem rebanhos muito maiores e mais estáveis do que conseguiriam na natureza. Pode-se dizer que a relação criada entre nós humanos e estas espécies as tornou extremamente bem sucedidas do ponto de vista evolutivo. Uma vez quebrada esta relação, a consequência mais provável é que eles fossem exterminados ou abandonados para morrer. É até provável que grupos menores acabem se adaptando à vida selvagem, mas eles existiram em quantidade muito menor. Fora o impacto econômico de quem depende da cadeia produtiva da pecuária para viver.

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Comentário muito bom como sempre, Américo!

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Obrigado! Sugestão de tema: parto humanizado e violência obstetrícia. Para mim parto humanizado deveria ser bestializado, afinal nada mais é que deixar o bebê nascer como se fosse um animal qualquer.

Esta imposição da falácia naturalista sobre o parto parece ignorar o índice de mortalidade de mães e bebês antes de adotarmos estas práticas abominantes, como nascimento em ambientes hospitalares higienizados, cesarianas, uso de fórceps e ventosas, entre outras práticas "violentas". Aliás a falácia naturalista também poderia se chamar de fetiche medievalista.

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A gata, Citar as xperiencias de Eli em dietas de emagrecimento como exemplo eh fofofobia. Retrate-se!

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